Olhar o presépio através da escultura de pequena dimensão e da pintura. É esta a proposta de Herculano Elias, artista plástico, que até dia seis de janeiro tem patente, no Museu de Arte Sacra e Etnologia, dos Missionários da Consolata, em Fátima, uma exposição temporária, com o tema 'Natividade'. Na inauguração da mostra, o artista caldense, de 80 anos, falou do trabalho minucioso e delicado a que se dedica desde a infância.
Para trabalhar com esta dimensão «é preciso ter-se vista», advertiu Herculano Elias, admitindo que ter uma boa visão é uma «felicidade» e um sentido sem o qual «não» conseguiria trabalhar. «Eu tenho 80 anos e tenho vista. Não uso óculos. O criador fez-me essa benesse, deixou-me exatamente com vista para poder trabalhar», referiu.
Em declarações à FÁTIMA MISSIONÁRIA, o artista lamentou a forma como a cultura é apoiada em Portugal. «Nós neste momento estamos com a nossa cultura por baixo», disse. Aos jovens estudantes que pretendem enveredar pelo caminho das artes, Herculano Elias deixou o alerta: «têm que ter uma subsistência, para conseguirem resistir».
«Não se pode fazer arte sem ter primeiro o pão para a boca», avisou. Para o artista, aqueles que seguem o caminho das artes devem ter, ao mesmo tempo, uma «ocupação» que permita a sua alimentação. «Sem isso não aconselho. Porque só a fazer arte, neste momento, não é possível sobreviver», explicou.
Fátima Missionária
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